Um paciente foi internado no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), em Jundiaí, após intoxicação por metanol, conforme informado pelo hospital nesta sexta-feira (3). A ocorrência foi confirmada pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), de Campinas, e registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). A Vigilância Sanitária de Jundiaí acompanha o caso seguindo protocolos de saúde pública. O hospital não divulgou o estado de saúde do paciente.
A família afirmou não saber a origem ou o tipo de bebida consumida. Na região de Sorocaba, outro caso suspeito de intoxicação por bebida adulterada com metanol está sendo investigado. A vítima teria ingerido o produto em um estabelecimento de Itu, e o caso é apurado pelo 2º Distrito Policial de São Bernardo do Campo.
Autoridades alertam sobre o risco de adulteração de bebidas alcoólicas conhecidas, como gin e vodca, prática conhecida como “batismo” de bebidas. Nessa fraude, o conteúdo original é substituído por metanol, uma substância tóxica e inflamável. A ingestão pode causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e morte.
Os sintomas costumam surgir entre 10 e 12 horas após o consumo, podendo aparecer em até 48 horas. Entre os sinais iniciais estão dor de cabeça intensa, alterações de consciência, náusea, dor abdominal, vômito, vertigem e problemas visuais, como visão borrada ou perda súbita da visão. Em casos graves, a intoxicação pode levar ao coma.
Segundo a médica intensivista Patrícia Mello, presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, se o atendimento for rápido, a mortalidade pode ser inferior a 10%. Sem intervenção adequada, o risco de morte ultrapassa 50%. Pacientes que consumiram bebida de origem duvidosa devem informar imediatamente aos profissionais de saúde.