Em apenas 25 dias, o estado de São Paulo registrou duas mortes e pelo menos nove casos de intoxicação por metanol, presente em bebidas alcoólicas adulteradas. A informação foi confirmada pelo Centro de Vigilância Sanitária no último sábado, dia 27.
As vítimas fatais são um homem de 38 anos, que estava internado desde 18 de setembro em São Bernardo do Campo, e outro de 54 anos, que morreu na capital paulista no dia 15. Ambos teriam ingerido bebidas contaminadas com metanol, um solvente altamente tóxico, usado na fabricação de combustíveis.
As autoridades investigam a presença da substância em bebidas como gin, whisky e vodka.
Segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, diferentemente de casos anteriores que envolviam ingestão deliberada de combustível por pessoas em situação de rua, os episódios atuais ocorreram em ambientes sociais de consumo, o que eleva o risco de um surto epidêmico.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo já identificou 13 casos suspeitos: cinco pacientes seguem em investigação, cinco já tiveram alta médica e três permanecem internados. O CVS confirmou seis desses casos e investiga outras dez ocorrências em todo o estado, parte delas comunicadas ao Ministério da Justiça por meio do Sistema de Alerta Rápido.
A Polícia Civil abriu inquéritos para apurar os casos. A morte registrada em São Bernardo do Campo está sendo investigada pelo 2º Distrito Policial da cidade. Já o 48º DP, na zona sul da capital, apura outro caso suspeito. Exames periciais foram solicitados e testemunhas estão sendo ouvidas.
O Ministério da Justiça reforça que a adulteração de bebidas é crime previsto no artigo 272 do Código Penal e na Lei nº 8.137/1990, que trata das infrações contra as relações de consumo.
