Julgamento de Paulo Cupertino segue em São Paulo e sentença pode sair a qualquer momento

Foi retomado na manhã desta sexta-feira, por volta das 10h30, no Fórum Criminal da Barra Funda, o julgamento de Paulo Cupertino, acusado de assassinar o ator Rafael Miguel e os pais do jovem, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel, em junho de 2019.

Com os depoimentos das sete testemunhas já colhidos e os interrogatórios dos três réus concluídos, a sessão desta sexta-feira é dedicada aos debates entre acusação e defesa. A fase pode se estender por até nove horas. Ao término, os sete jurados se reúnem para deliberar. Caso considerem Cupertino culpado, o juiz responsável pelo caso deve proferir a sentença ainda nesta noite.

O Ministério Público acusa Cupertino por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. Segundo a promotoria, o crime foi motivado pelo inconformismo de Cupertino com o relacionamento entre sua filha, Isabela Tibcherani, e Rafael Miguel.

Isabela e sua mãe, Vanessa, prestaram depoimentos emocionados nesta quinta-feira, cada uma falando por cerca de uma hora e meia. Ambas relataram que Cupertino era um homem violento e possessivo, com histórico de agressões. De acordo com os relatos, ele chegou a proibir a filha de se encontrar com o namorado por quase um ano.

No dia do crime, um domingo, Isabela saiu sem avisar para encontrar Rafael. O casal retornou à casa da jovem acompanhado dos pais do ator, que queriam conversar com Vanessa para ajudar no relacionamento. Segundo Isabela, ao chegar, Cupertino os recebeu com agressividade, puxou a filha para dentro e trancou a porta. Pouco depois, ela ouviu gritos, pedidos por conversa e, em seguida, disparos. Quando saiu, encontrou os três corpos no chão. Cupertino já havia fugido.

O acusado ficou foragido por quase três anos. Durante esse período, usou disfarces, documentos falsos e chegou a sair do país para escapar da polícia. Foi capturado apenas em maio de 2022, em um hotel modesto na zona sul de São Paulo, a poucos quilômetros de onde morava.

Interrogado ontem, Cupertino voltou a negar o crime e apresentou uma nova versão: disse que os assassinatos teriam sido cometidos por um desconhecido que passava pela rua. Ele justificou a fuga por “covardia”. Dois amigos de Cupertino, também réus, são acusados de ajudá-lo na fuga e estão sendo julgados junto com ele.

A expectativa é que a sentença seja anunciada ainda nesta sexta-feira, possivelmente à noite. Caso condenado à pena máxima, Cupertino pode pegar mais de 100 anos de prisão.

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