Quinze anos após o brutal assassinato de Eliza Samúdio, sua mãe, Sônia Fátima Moura, recebeu da Justiça os pertences da filha na quinta-feira, dia 17. A entrega dos objetos ocorre mais de uma década após o crime que chocou o país e envolveu o então goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, condenado a 22 anos e três meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver.

Por meio das redes sociais, Sônia compartilhou a dor do momento, revelando que ainda mantinha a esperança de encontrar algum resto mortal da filha. “Meu coração sangra, mas sigo lutando por justiça”, escreveu. Ela publicou imagens dos poucos objetos devolvidos: um par de sapatos, um par de óculos de sol e uma fotografia queimada, vestígios de uma vida brutalmente interrompida.

Eliza desapareceu em 2010, aos 25 anos, após tentar provar na Justiça que Bruno era o pai de seu filho recém-nascido. Na época, o goleiro era titular do Flamengo e se recusava a reconhecer a paternidade. Segundo as investigações, Eliza foi atraída até Minas Gerais e morta com requintes de crueldade. Seu corpo jamais foi encontrado. Mesmo assim, em janeiro de 2013, a Justiça de Contagem (MG) expediu oficialmente a certidão de óbito da jovem.

Em março do mesmo ano, Bruno foi condenado pelo júri popular pelos crimes cometidos contra Eliza e o próprio filho, que chegou a ser mantido em cárcere. Após cumprir parte da pena, o ex-goleiro passou ao regime semiaberto em 2018 e está em liberdade condicional desde janeiro de 2023. Durante esse período, chegou a atuar por clubes de futebol de menor expressão, gerando forte comoção e polêmica.

O caso Eliza Samúdio permanece como um dos mais emblemáticos da crônica policial brasileira, e a dor de sua mãe continua sendo um símbolo da luta por justiça e memória das vítimas de feminicídio no país.