O Ministério do Trabalho e Emprego embargou, na terça-feira, dia 30, a construção de um edifício residencial em Sorocaba, após a morte de um trabalhador no local no último dia 19 de setembro. Uma vistoria realizada após a tragédia constatou diversas irregularidades no canteiro de obras, incluindo a ausência total de equipamentos de segurança.
De acordo com a regional da Fiscalização do Trabalho, a obra está embargada por 30 dias, mas o prazo pode ser estendido por até 120 dias, dependendo da gravidade das correções exigidas. A empresa responsável pela construção não notificou oficialmente o MTE sobre o acidente fatal, o que configura mais uma infração trabalhista.
O operário Jhonata Ramos Leite, de 34 anos, caiu do 8º andar enquanto manuseava um guincho de cargas que, segundo o boletim de ocorrência, teria se soltado da estrutura. A queda foi fatal. A equipe do Samu confirmou o óbito ainda no local.
Conforme relatos colhidos no local, o trabalhador operava um elevador de materiais improvisado, sem qualquer tipo de equipamento de proteção individual (EPI). Uma testemunha, primo da vítima, afirmou à polícia que nenhum dos operários dispunha dos equipamentos exigidos por lei.
Ainda segundo ele, as dificuldades encontradas para identificar a vítima e obter informações básicas sobre ela reforçam o cenário de negligência. “Nenhum colega de trabalho sabia o nome dele”, lamentou.
A empresa responsável pela obra não foi localizada para comentar o caso até a publicação desta matéria. O caso segue sob investigação da Polícia Civil como morte suspeita.
