Dois moradores de Salto (SP) morreram com suspeita de febre maculosa em um intervalo de 15 dias. As vítimas eram pai e filho e viviam na comunidade do Jurumirim, próxima ao rio Tietê, onde outros moradores também afirmam ter apresentado sintomas compatíveis com a doença.
A área, localizada sob um pontilhão utilizado por trens da concessionária Rumo e cortada pelos trilhos do Trem Republicano, abriga cerca de 50 pessoas que vivem em pequenas propriedades com criação de animais.
O primeiro caso foi de Messias Luiz da Costa, de 67 anos, que procurou atendimento no Hospital Municipal Nossa Senhora do Monte Serrat em 14 de setembro. Inicialmente diagnosticado com virose, ele retornou à unidade dias depois, mas acabou falecendo. Duas semanas mais tarde, seu filho, Franciel Matos, de 33 anos, apresentou sintomas semelhantes e também morreu.
Segundo relatos de moradores, a presença de carrapatos-estrela é frequente na região, mas neste ano a infestação estaria mais intensa. Um munícipe informou que ele e familiares chegaram a encontrar carrapatos no corpo, e que o filho apresentou febre e dores, precisando ser levado ao um hospital particular. Ao receber o diagnóstico, obteve prescrição de medicamento específico para febre maculosa, mas o remédio estava em falta nas farmácias da cidade.
Os moradores também afirmam que parte dos animais domésticos e de criação também estão afetados. Muitos estão aplicando produtos veterinários por conta própria para tentar conter a infestação.
O vereador Edemilson Santos (Podemos) pediu à Prefeitura de Salto novas ações de combate aos carrapatos na área. Segundo ele, a aplicação de agente biológico ocorreu apenas uma vez e de forma limitada, sem alcançar o interior das residências. O parlamentar também protocolou solicitação para que as famílias recebam o benefício de Aluguel Social emergencial, estimado em R$ 1.150 mensais, até que a situação seja controlada.
