A Prefeitura de Sorocaba decretou, na última sexta-feira (3), situação de emergência em saúde pública devido ao risco de contaminação por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. A decisão tem validade inicial de 90 dias e permite ações imediatas de fiscalização em estabelecimentos comerciais.
Com o decreto, a Vigilância Sanitária, a Secretaria de Planejamento e a Guarda Civil Municipal estão autorizadas a vistoriar bares, adegas e pontos de venda suspeitos, podendo aplicar multas superiores a R$ 370 mil e determinar interdições preventivas. A Prefeitura também estuda ampliar o valor das penalidades para até R$ 1 milhão.
A medida foi tomada após o registro de casos de intoxicação em diferentes cidades do Estado. Em Itu, um empresário de 38 anos morreu após suspeita de envenenamento por metanol, e cerca de 80 garrafas foram apreendidas em uma adega local. Em Itapetininga e Salto, operações policiais identificaram bebidas sem procedência e materiais usados na falsificação de marcas conhecidas.
De acordo com o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), a administração municipal pretende agir de forma preventiva para proteger a população. A Secretaria da Saúde recebeu autorização para adquirir, em caráter emergencial, medicamentos como fomepizol e etanol intravenoso, utilizados no tratamento de intoxicação.
Equipes médicas da rede municipal também foram orientadas a reconhecer sinais da contaminação, que podem aparecer em poucas horas. Entre os sintomas estão náusea, dor abdominal, tontura e perda de coordenação motora. Em situações graves, o quadro pode evoluir para cegueira ou coma.
O governo estadual informou que distribuiu 2.500 ampolas de etanol absoluto a hospitais de referência e acompanha os casos em todo o Estado. O Ministério da Saúde também anunciou a compra emergencial de 150 mil doses de antídoto e negocia a importação do fomepizol, ainda sem registro no Brasil.