Engenheiros fazem uso de dados e simulações para evitar colapso logístico e garantir que o pico de vendas seja eficiente
O sucesso de vendas alcançado pelas empresas durante a Black Friday não depende apenas do marketing e das promoções, mas fundamentalmente da capacidade logística e produtiva de atender à demanda. Segundo o Prof. Me. Rodrigo Gigante, do Centro Universitário Facens – referência em metodologias inovadoras de educação nas áreas de engenharia, tecnologia, arquitetura e saúde – parte dos preparativos para a data é um trabalho da Engenharias de Produção, que atua como elo entre estratégia e execução.
Antes que a primeira oferta seja lançada, o engenheiro de produção já está em ação: ele analisa dados históricos de vendas, tendências de mercado e projeções comerciais para estimar a demanda da Black Friday. “A partir dessa estimativa, são definidos planos detalhados de capacidade produtiva, decidindo se serão necessários mais turnos, horas extras, terceirização ou aumento temporário de estoque. O objetivo final é garantir que a fábrica tenha recursos, ou seja, máquinas, pessoas e materiais suficientes para atender à demanda sem gerar gargalos nem desperdícios”, explica Gigante.
Para atingir essa eficiência, os especialistas utilizam ferramentas avançadas. Uma delas é a simulação de eventos discretos, uma ferramenta computacional usada para testar cenários de produção ou logística antes de executá-los na prática. “Imagine uma fábrica que vai produzir 50% a mais de produtos. Ao aplicar simulação e análise de gargalos, o engenheiro pode perceber que a etapa de embalagem ficaria sobrecarregada. Com essa informação prévia, é possível redistribuir recursos, treinar operadores extras e, assim, evitar que o processo pare”, pontua o docente.
Sem essa intervenção da engenharia, haveria atrasos nas entregas e insatisfação do cliente final, por isso a tecnologia é usada para prevenir problemas. O setor utiliza o Lean Manufacturing, traduzido como “manufatura enxuta”, uma gestão focada em eliminar desperdícios, como retrabalho ou excesso de estoque, e aumentar a eficiência geral.
As tendências atuais incluem a integração massiva de tecnologia:
• Inteligência Artificial (IA): ajuda a prever a demanda com base em dados, auxiliando a decidir quanto e quando produzir.
• Machine Learning: aprende com operações anteriores e otimiza continuamente processos, como o ajuste automático de estoques.
• Internet das Coisas (IoT): sensores monitoram máquinas e estoques em tempo real, prevenindo falhas e paradas inesperadas.
Para o professor, “o maior risco de não planejar é o colapso operacional: falta de produtos, atrasos de entrega, aumento de custos e, principalmente, perda de credibilidade com o cliente, por isso planejar bem é o que separa as empresas preparadas das que reagem ao caos. O sucesso na Black Friday, portanto, não depende apenas de vender muito, mas de entregar com qualidade e eficiência”.